terça-feira, 14 de setembro de 2010

O começo da Vida.

Quando é que o ser humano passa a existir ?? As respostas a essa pergunta sempre foram calcadas na interação entre os aspectos bíblicos e teológicos e o conhecimento filosófico e científico em constante evolução. Os cristãos discutiam, se a alma da nova pessoa era criada por Deus do nada e infundida no embrião num momento determinado, ou se a alma e o corpo, como entidade única, era transmitida no ato sexual pelos pais aos filhos. O pensamento cristão medieval fortemente influenciado por Tomás de Aquino, inclinava-se por uma diferenciaçãoentre o feto formado e o informe e pela visão criacionista de que a alma era infundida por Deus no feto formado. Com o passar do tempo, porém, sob pressão tanto do argumento teológico, isto é, pontos de vista traducionistas, que tornavam relativamente irrelevantes as distinções entre os estágios de desenvolvimento fetal; e os novos dados do conhecimento cientifico, a criação da alma retrocedeu ao momento da concepção, amenizando assim a importancia de qualquer distinção entre o feto formado e o informado. Por motivos bíblicos e teológicos, as atenções tem se voltado para o momento inicial da vida, ao mesmo tempo, em que o acumulo de conhecimento científico tem esclarecido a natureza desse momento. Não podemos afirmar que a bíblia fixa o ponto exato em que se dá o começo da vida, embora dirija nossa atenção para o valor da vida fetal.
Sl 139. 13-16
Na sua linguagem poética o salmista descreve um Deus, que Se importa até mesmo com o mais frágil e menos desenvolvido de nós. Mais importante ainda, ao menos para o cristão, é o ensinamento de que Deus viveu em Jesus Cristo e redimiu toda a vida humana, desde os seus momentos iniciais até a morte, que nos aguarda a todos. Não importa se nossas capacidades são grandes ou limitadas, tampouco se são fabulosas ou insignificantes as nossas realizações. Somos todos "fetos-irmãos". Não temos diante de Deus quaisquer direitos ou realizações de que nos gabar, apresentamo-nos com confiança diante Dele unicamente por meio da fé na obra redentora de Cristo. Tais questões pressionam os cristãos no sentido de identificar a concepção ou a fertilização como o instante em que o novo ser humano passa a existir, podendo-se ainda apelar ao conhecimento da ciência para ratificar este dado. " Quando o esperma e o óvulo se unem para formar o zigoto, estabelece-se o genótipo do individuo". Não obstante, existem bons motivos para hesitação, pois podemos identificar o inicio da vida do ser humano, num momento ligeiramente posterior ao da concepção. Isto porque o óvulo fertilizado precisa implantar-se com sucesso no útero, antes que a gravidez se consolide e, segundo as pesquisas indicam, aproximadamente metade dos óvulos fertilizados fracassam nesta tentativa. Se correta for esta estatística, somos forçados a concluir que metade da raça humana, morre quatro ou cinco dias depois do começo da vida. Embora não hajanenhum impedimento lógico nisto, parece ir contra a intução. Alem do mais, durante os primeiros catorze dias, a individualidade do ser em desenvolvimento não esta firmemente estabelecida. Até este ponto, o blastócito em desenvolvimento, pode segmentar-se, isto é, pode haver geminação, se o blastócito se dividir em dois ou mais do mesmo genótipo. Se fosse demonstrado que a segmentação - quando ocorre - já foi geneticamente programada no momento da fertilização, os fatos seriam diferentes e a fertilização seria, uma vez mais, o momento desisivo de fixação da individualidade.
Bioetica. Gilbert Meilaender.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Ser Cristão.

Tempos houve em que ser cristão significava ser alguém portador de grande coragem.

Alguém que ousava desafiar a autoridade, o poder, a sociedade. Alguém que se importava muito mais em defender os seus princípios, do que a sua própria vida.

Alguém para quem amar o Cristo, significava ir às últimas conseqüências, doando a vida, sacrificando posição social, os próprios seres amados, se necessário.

Houve um tempo em que ser cristão era sinônimo de ser invencível na fé.

Se a perseguição se fazia devastadora, cristãos enchiam calabouços e anfiteatros, servindo de pasto às feras.

Serenos entregavam-se ao martírio, com a certeza de que, como lenha atirada ao fogo, seus exemplos alimentavam a chama do idealismo que iluminaria a Humanidade.

A sua fé desafiava o poder vigente que não entendia como podia se enfrentar a morte, entre cânticos de louvor.

Buscavam as catacumbas para ali, onde muitos celebravam a morte, celebrarem a vida abundante, falando da imortalidade da Alma e da ressurreição dos mortos.

Para iluminar os caminhos escuros, na noite avançada, usavam tochas. E não temiam as estradas desertas para chegar ao local do encontro.

Nada lhes impedia a manifestação religiosa, na intimidade do coração ou na praça pública.

O amor era a sua identificação maior. Quando os pais eram trucidados nos circos, os filhos eram adotados pelas demais famílias cristãs.

Se um companheiro era conduzido ao sacrifício, não faltava quem lhe sussurrasse aos ouvidos ou lhe enviasse uma mensagem:

- Morre em paz. Eu também sou cristão. Tua família encontrará um lar em minha casa.

Repartiam o pão, o teto, o cobertor. Respirava-se o Evangelho.

Séculos depois, muitos dos que nos dizemos cristãos mostramos fraqueza nas atitudes, e sentimentos mornos.

Esquecemo-nos das recomendações de Jesus ao dizer que nosso falar deve ser sim, sim, não, não. Esquecemo-nos de que o Mestre nos afirmou que seus discípulos seriam conhecidos por muito se amarem.

Não nos lembramos das exortações, de que o Pai trabalha incessantemente, e nos entregamos ao comodismo dos dias.

Por tudo isso, quando o Natal se aproxima outra vez, é um momento especial para uma rogativa Àquele que é O Caminho, A Verdade e A Vida.

Senhor Jesus!

Nos que desejamos servir-Te, Te rogamos alento para nossas lutas, coragem para nossos atos.

Robustece-nos a fé, que ainda é tão tímida.

Ampara-nos a vida pela qual tanto tememos.

Aumenta nossa esperança de dias melhores no amanhã.

Infunde-nos vigor para as batalhas contra nossas próprias paixões.

Desejamos estar Contigo e nos sentimos tão distantes.

Vem até nós, Senhor Jesus.

Temos sede de bonança, de paz, de alegrias.

Vem até nós, Querido Jesus, para que, ouvindo-Te a voz, outra vez, nos possamos decidir por seguir-Te, enfim.

Permite, Jesus, que os nossos dias se multipliquem em trabalho, progresso e paz.

Dias em que, afinal, possamos nos dizer verdadeiros cristãos, Teus irmãos e fiéis seguidores.

Amém.