sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Natal Romano.

Lendo as palavras “Natal romano”, alguém poderia pensar no Vaticano e nas antigas tradições relacionadas a ele – ou nos romanos da época de Jesus. Mas não é disso que trata este texto. Ele fala sobre descobertas natalinas na Carta de Paulo aos Romanos...
A Epístola aos Romanos apresenta alguns presentes que recebemos quando Jesus Cristo se tornou homem – presentes que despertam em nós muita admiração. Certa vez recebi um cartão de Natal que dizia:
A época do Natal é uma época de presentes. Em todas as lojas é possível comprar os melhores e mais caros presentes para alegrar os outros. Mas o maior e mais singular presente veio do próprio Deus, quando Ele deu a Si mesmo por nós através de Seu Filho Jesus Cristo. Este presente nunca perde seu valor e sua validade...
Em Jesus temos algo que não perde valor nem validade, ao contrário das coisas da vida terrena; na verdade, podemos dizer que o melhor ainda está por vir. No que se refere ao céu, ainda vivemos na época pré-natalina.
Certa vez,  Spurgeon relatou a seguinte experiência pessoal:
Há algum tempo uma jovem, que se dizia mórmon, quis falar comigo. Ela disse que tinha vindo para “me converter”. Obviamente tinha me confundido com alguém. Ainda assim escutei seus argumentos, e depois que ela terminou, eu lhe disse: “Bem, agora que você me explicou como é o seu caminho para o céu, deixe-me também descrever-lhe o meu”. Quando comecei a minha exposição, ela ficou espantada. “O senhor acredita, então, que todos os seus pecados foram perdoados?”. “Mas claro, tenho certeza disto”. “Mas”, continuou ela, “o senhor também acredita que não pode mais se perder novamente?” “Claro que acredito nisto”. “E por isto o senhor tem certeza de que um dia estará diante do trono de Deus – apesar de tudo que ainda pode acontecer? O senhor deve ser um homem feliz”. “Sou mesmo”, respondi, “sou um homem verdadeiramente feliz”. “Bem, então não posso fazer nada pelo senhor. O senhor já tem muito mais do que aquilo que eu posso lhe oferecer”. Com certeza, em Cristo temos algo que ninguém mais pode nos oferecer!

1. Misericórdia em abundância e justiça no mesmo pacote

Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” (Rm 5.17).
Reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” significa que só conseguimos assumir controle da nossa vida por meio de Jesus, e não por força e esforços próprios. Às vezes uma caixa de presente contém dois objetos que combinam. É isto que acontece aqui: (1) a graça abundante e (2) a justiça.

Em Jesus Cristo temos abundância de graça, ou seja, recebemos graça transbordante. Cada um de nós pode viver na plenitude da graça de Deus, e Ele sempre concede medidas abundantes.
• A abundância da graça: quando algo contém coisas boas, isto é agradável; quando está repleto de coisas boas, é melhor; e quando está repleto a ponto de transbordar, isso é insuperável. Em Jesus Cristo temos abundância de graça, ou seja, recebemos graça transbordante. Cada um de nós pode viver na plenitude da graça de Deus, e Ele sempre concede medidas abundantes. O que diz o salmista? “O meu cálice transborda” (Sl 23.5).

• A justiça. Que tal um vestido ou um terno novo no Natal? E se for de um tecido incomparável, que não existe neste mundo; um tecido que supera qualquer criação de estilistas como Lagerfeld, Hugo Boss ou Armani? Estou falando do manto de justiça feito com o tecido da abundante graça de Deus, cujo estilista é o Criador em pessoa e cujo material é a obra de redenção de Jesus.
A abundância da graça inclui a justiça completa que Deus nos dá, pois, do contrário, graça não seria graça. Não há pecado que Deus não possa nos perdoar em Jesus Cristo. Deus nos dá roupas totalmente novas, envolvendo-nos na veste da justiça do Salvador.

Certa vez recebi a ligação de uma senhora idosa que havia cometido um grande erro em sua juventude. Apesar de já ser filha de Deus há muito tempo, freqüentemente ela era assaltada pelo medo de que este pecado em especial não teria sido perdoado. Mas quem recebeu a justiça de Jesus também recebeu uma vestimenta total e completamente nova. Paulo testifica: “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo” (Gl 3.27). Na época do apóstolo, o batismo era equiparado à conversão, pois a pessoa era batizada imediatamente após se converter (At 2.38,41; At 8.12,36-38; At 9.18; At 10.47-48).
O que diz o versículo? “Os que receberam a abundância da graça e do dom da justiça” (ou “que receberam graça abundante e o dom da justiça”). A abundância da graça só pode ser recebida como presente, pois é o presente de Natal que Deus deseja dar a todas as pessoas; a salvação em Jesus Cristo é para todos. Mas só aqueles que a aceitam são presenteados.

Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida” (Rm 5.18). Se o pecado de Adão foi suficiente para que todas as pessoas fossem alcançadas e condenadas por meio dele, da mesma forma o presente da justiça também vale para todos e não apenas para uns poucos escolhidos. É impossível que o primeiro valha para todos e o segundo valha apenas para alguns. Mas no fim só serão justificados aqueles que aceitarem o presente de Jesus Cristo. Quero dar um exemplo:

Um fabricante de sabonetes conversava com um pastor. O fabricante começou a criticar o cristianismo: “Com todo respeito pelo seu empenho, mas sejamos sinceros: o que a Igreja conseguiu fazer nos 2000 anos de sua história? O mundo não melhorou nem um pouquinho por causa da fé cristã. O mal continua dominando e há pessoas más por toda parte”. O pastor limitou-se a indicar um menininho à beira da estrada: “O senhor está vendo esse menino todo sujo? Há décadas que sua empresa fabrica sabonetes, mas ainda existem sujeira e crianças sujas neste mundo”. O fabricante riu: “Bem, sabonetes só fazem diferença quando usados!” Ao que o pastor respondeu: “Exatamente – a fé também!”.

2. Certificado de indulto

Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado” (Rm 8.1-3).
Deus nos dá um certificado de indulto! A carne não consegue cumprir a lei. A fraqueza da nossa vida e do nosso corpo nos torna incapazes de viver de forma a nos tornarmos justos diante de Deus. Somos, por natureza, condenados à perdição e caminhamos em direção a ela.

Todo indivíduo possui o medo inato de um dia estar diante de Deus para ser condenado. Por isso, uns tentam eliminá-lO, outros tentam apagá-lO de seus pensamentos, esquecê-lO para não lembrar dEle – algo que ninguém até hoje conseguiu e que ninguém nunca conseguirá fazer.
Há um caminho melhor: podemos receber agora a absolvição e a garantia de que não precisaremos comparecer diante do trono de juízo de Deus. Nosso Advogado, o Senhor Jesus Cristo, providenciou isto. Ele penetra na sua prisão e lhe entrega o certificado do indulto completo.
Nosso corpo nos leva ao fracasso pela transgressão da lei de Deus, mas a transgressão fracassou no corpo de Jesus Cristo (Rm 6.6; 1 Pe 2.24)! Como o pecado foi condenado em Seu corpo santo e justo, o pecador crente em Jesus Cristo não está mais condenado e perdido.

3. O presente da adoção

É maravilhoso não ter mais de encarar a Deus como juiz; recebê-lO ou tê-lO como Pai é insuperável.
Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes com temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai! O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus; e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8.15-17).
É maravilhoso não ter mais de encarar a Deus como juiz; recebê-lO ou tê-lO como Pai é insuperável. Lemos freqüentemente a respeito de celebridades que adotam crianças do Terceiro Mundo. Muitos o fazem por amor ao próximo, por terem os meios financeiros, mas certamente há entre eles também os que querem apenas se manter no noticiário e melhorar a sua imagem. Deus o faz porque realmente ama você!
É quase incompreensível, mas verdadeiro: como filhos e herdeiros de Deus, os pecadores salvos estão mais próximos de Deus do que os próprios anjos. Na verdade, os anjos anseiam por contemplar a salvação, o Evangelho da redenção dos filhos de Deus (1 Pe 1.12). Os anjos são espíritos ministradores a serviço dos filhos de Deus (Hb 1.14).

4. O presente da glória

Pois tenho para mim (‘Pois julgo’; ‘Calculo’; ‘Considero’; ‘Concluo’) que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18).
Outras traduções dizem:
• “...que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Almeida Fiel).
• “...que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (NVI).
Essa descrição fala de condições momentâneas, como sofrimento, doença, perda ou preocupação.
 
 O filho de Deus pode estar cercado de trevas, mas mesmo nestas trevas brilha para ele a clara luz da eternidade.
O Salmo 112.4 diz: “Ao justo, nasce luz nas trevas; ele é benigno, misericordioso e justo”. Ou, como lemos na NVI: “A luz raia nas trevas para o íntegro, para quem é misericordioso, compassivo e justo”. Esta é a grande diferença. O filho de Deus pode estar cercado de trevas, mas mesmo nestas trevas brilha para ele a clara luz da eternidade. A pessoa que não é filha de Deus também está em trevas, sem que possa ver esta maravilhosa luz.
Como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente” (1 Co 2.9-12). Deus preparou uma glória para os Seus que está oculta às pessoas da atual época. Ela só é dada a quem recebeu o Seu Espírito.
Assim como o espírito de uma pessoa lhe mostra apenas seus próprios pensamentos, sentimentos e desejos e não os de outra pessoa, alguém só poderia conhecer os pensamentos de um terceiro se tivesse o seu espírito. Portanto, apenas o Espírito de Deus conhece os propósitos de Deus na salvação. Mas como Deus dá Seu Espírito aos que crêem em Jesus, estes também conseguem reconhecer o que Deus lhes deu. Tornam-se participantes dos pensamentos de Deus. O espírito deste mundo nunca conseguirá compreender isto.
Precisamos treinar esta visão da glória. Quanto mais nos apropriarmos dela, menos seremos abatidos pelo que nos cerca. “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Co 4.16-18).
Outras traduções dizem: “Por isso, não desfalecemos”, “Por isso, não desmaiamos”, “Por isso não cansamos”, “Por isso não perco o ânimo”. A força para viver que temos por natureza se desgasta; mas a vida que Deus nos dá se renova a cada dia!

5. Presentes adicionais

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (ou “colaboram, contribuem, Deus une tudo para nosso bem, servem”), daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).
Muitas vezes os presentes em si são acompanhados de brindes adicionais, como doces, por exemplo. Normalmente damos menos atenção a estes do que ao presente propriamente dito. Além do grande objetivo da salvação no céu ainda há os “brindes” da redenção, ou seja, inúmeras coisas que desde já cooperam para o nosso bem. Um dia ficaremos espantados com a quantidade de coisas que contribuíram para o nosso bem sem que as tenhamos percebido, observado ou das quais até mesmo nos queixamos.

6. O ilimitado “presente completo”


Um dia ficaremos espantados com a quantidade de coisas que contribuíram para o nosso bem sem que as tenhamos percebido, observado ou das quais até mesmo nos queixamos.
Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Rm 8.31-32).
Quem poderia nos dar simplesmente tudo? Ninguém! Há pessoas que podem dar muitas coisas, muitos presentes – Herodes estava disposto a dar metade do seu reino – mas ninguém pode dar tudo porque ninguém possui tudo. Só Deus, a quem tudo pertence, também pode dar tudo de presente – e é isso que Ele faz. Ele tem poder para dar tudo a cada um de Seus filhos, sem que isso O torne mais pobre. Paulo escreveu aos coríntios: “Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus” (1 Co 3.22-23).
A linguagem da descrença fala: “Como Ele poderá?” A linguagem da fé diz: “Como Ele não poderá?”.
Permita que Deus o presenteie: o Natal está por toda parte!

Norbert Lieth

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Por que os Cristãos tem dúvidas???

Certo homem, veio falar comigo, porque tinha dúvidas a respeito da sua salvação, e não queria contar isso ao seu pastor. Ele tinha ouvido o seu pastor dizer repetidamente que todos os crentes podem ter uma vida cristã coerente e de sucesso, quando renderem a sua vontade ao Espirito Santo. Colegas cristãos na igreja confirmavam este ensinamento. Eles afirmavam publicamente que tinham encontrado realização espiritual numa vida de entrega a Deus. Eles diziam que descobriram que a resposta era a de " abdicar e deixar Deus agir". Eles pareciam ter encontrado um nivel de espiritualidade que os ergueu acima das suas lutas anteriores. Meu amigo não conseguia se identificar com as suas afirmações. Mesmo que não estivesse envolvido em nenhum comportamento escandaloso, ele continuou a lutar com pensamentos e desejos condenáveis. As suas tentativas de "abdicar e deixar Deus agir" não eliminaram os seus fortes impulsos de não falar a verdade em determinadas situações, de ter fantasias sobre um relacionamento sexual ilícito, de invejar aqueles que tinham mais sucesso e eram mais talentosos do que ele, e mesmo de sentir ódio para com alguns que o haviam de alguma forma prejudicado.

Além disso, ele sentia uma frustração porque não era capaz de ser o tipo de pessoa que ele queria ser. Do que ele ouviu de seu pastor e membros de sua igreja, ele concluiu que provavelmente não teria este tipo de lutas se ele se rendesse ao Espirito Santo, deixasse de lado todo e qualquer esforço próprio e permitisse que Cristo refletisse a Sua vida através dele. Havia dito todas as palavras certas para se consagrar a Deus e havia feito tudo o que sabia para tornar-se um cristão cheio do Espirito Santo. Mas a vida, livre de problemas, dos quais o seu pastor e seus amigos falavam, não parecia ser verdade para ele. Ele estava começando a duvidar da realidade da sua fé. Falei ao meu amigo que em grande parte, seu temor era resultado de uma teologia enganosa.

Ele aprendeu apenas um lado da vida cristã. O seu pastor estava certo ao enfatizar a necessidade de render-se conscientemente ao Espirito Santo. Devemos pedir que o Espirito Santo nos dê os desejos certos, de desenvolver em nós a virtude que Gálatas 5:22,23 chama de " fruto do Espirito - amor,alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e dominio próprio". Tambem é verdade que através da nossa união com Jesus morremos para o pecado e fomos ressuscitados para uma nova vida, como nos ensina Romanos 6:1-4. Por meio da nossa união com Cristo, já compartilhamos de todas as riquezas espirituais nos lugares celestiais (Efésios 2:6,7). Mas Gálatas 5:16-21, Romanos 7:14-25 e muitas outras passagens tambem deixam claro que enquanto temos estes corpos nos quais vivemos, sempre teremos uma luta interior com as inclinações egocêntricas da nossa propria carne. Por meio de uma melhor compreensão das Escritúras, meu amigo entendeu, que a maturidade espiritual se desenvolve com a presença de lutas espirituais incessantes. Render-se ao Espirito de Deus é algo que ocorre em meio a uma batalha, com motivações falsas e maus pensamentos. Não há uma forma de evitar o fato de que o crescimento espiritual ocorre em corpos que nunca perderão a sua inclinação para o pecado. Podemos observar este processo continuo na vida do apóstolo Paulo. Ele foi um exemplo de uma pessoa transformada que demonstrou o que significa viver pelo Espirito Santo de Deus. Mas na sua carta aos Romanos, ele descreveu uma luta interior constante que ele conhecia muito melhor do que aqueles que só viam a sua aparência exterior e os seus atos (Romanos 7:18-25). Agora, meu amigo vê que a sua propria luta de ser o que ele quer ser, não é, de maneira alguma, uma razão para duvidar da sua salvação. Em lugar disso ele se identifica com Paulo, que numa outra carta escreveu: "Não que eu já tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcança-lo, pois para isso tambem fui alcançado por Cristo Jesus" (Filipenses 3:12).

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A Fonte da Unidade

Os resultados custosos de brigas na Igreja mostram a importancia dos apelos de Paulo com relação à unidade. Não há maneira de avaliar de forma adequada os danos que os conflitos produzem ao nome e a reputação de DEUS. Não há formas de avaliar a enorme perda de credibilidade diante do mundo sem Igreja. Não temos como avaliar com axatidão a perda de confiança, de consciencia e de paixão espiritual, que ocorre quando pessoas de Deus se voltam, umas contra as outras, e, pela amargura, ira e mesquinhez, agem como se nunca tivessem ouvido falar de Cristo. Todos perdem e ninguêm sai ganhando. Mas, apenas dizer que as brigas na Igreja ferem a todos não resolve o conflito. Uma paz determinada por regras, não traz paz aos nossos corações. A paz interior, aquela que Cristo nos deixou, vem, não de saber a respeito de Cristo, mas de conhecê-lo. Vem do conhecimento da força da Sua presença, da mansidão da Sua sabedoria, da bondade do Seu plano, da profundidade de Seu amor e da suficiencia do Seu Espirito para prover o que necessitamos, - mesmo em conflitos. Esta ligação, entre o nosso comportamento em conflitos e a nossa dependencia pessoal de Cristo, explica os argumentos que Paulo apresentou aos Filipenses. Ele não lhes disse simplesmente para fazerem as pazes uns com os outros, seguindo o exemplo de Cristo. Em outras palavras ele disse: " Ja que voces estão tão bem cuidados, não seria razoável começarem a olhar uns pelos outros? Se o coração de voces foi abrandado com benevolência de Deus, e, se as ansiedades de voces foram afastadas pela promessa Dele, de ser Pai e Pastor de voces, por que não deixar que Ele faça de voces pessoas mais amaveis e gentis?". A ira e a amargura são uma sinalização de bandeiras vermelhas, tendo uma das seguintes opções. Ou elas mostram que, embora voce conheça Cristo como Salvador, voce não está caminhando com Ele; ou elas mostram que, na realidade, voce nunca o conheceu. Não entenda mal. Não nos tornamos filhos de Deus tornando-nos mediadores de relacionamentos rompidos. Nós nos tornamos filhos Dele confiando no único "mediador entre Deus e os homens: Cristo Jesus. Paulo incentivou a todos os cristãos " para conservar a unidade do Espirito pelo vínculo da paz" (Ef 4:3). E Jesus orou para que os seus seguidores se tornassem um, para que o mundo creia que Ele foi enviado por Deus (João 17:21). Que nós sejamos a resposta a essa oração de Jesus.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Quem é Satanás?


Embora as figuras do diabo, em meio a civilizações muito diferentes, sejam surpreendentemente parecidas, elas não nos dizem muito sobre a sua identidade, a sua origem ou suas atividades. Para obter informação especifica concernente a seu caráter, nos precisamos recorrer à Bíblia. Mesmo ali, nós não encontramos uma resposta para todas as perguntas que vem a nossa mente. Entretanto, as escrituras revelam tudo o que necessitamos saber para leva-lo a serio e desfazer os seusesforços em nos destruir.

Sua Origem.
Satanás não existiu sempre. Ele e todos os outros anjos foram criados (Salmo 148:2-5 e Colossenses 1:16). Em Ezequiel 28:12-15, nós encontramos uma descrição de Satanás antes de ele ter pecado. Embora o profeta estivesse falando ao rei de Tiro, vemos certas indicações na passagem de que ele estava falando além do rei, ao próprio satanás. Criado por Deus como “querubim da guarda ungido” (v.14), ele era “cheio de sabedoria e formosura” (v.12) e coberto de “todas as pedras preciosas” (v.13). Ele estava “no Éden, jardim de Deus” (v.13) e “permanecia no
monte Santo de Deus” (v.14). É muito provável que satanás tinha um lugar de proeminência no seu serviço para Deus.

Seu pecado.
Referindo-se a satanás, Ezequiel 28:15 afirma: “perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti” Ezequiel então acrescenta, “elevou-se o teu coração, por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor” (v.17). O pecado de satanás, cuja origem estava no orgulho, cresceu a ponto de transformar-se em autoengano e terminou em rebelião. Em Isaias 14:13-14 nós lemos: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte
da congregação me assentarei... subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao altíssimo” O orgulho de satanás o enganou a tal ponto que reivindicou igualdade com Deus. Isto o levou a iniciar uma rebelião na qual induziu um grande numero de anjos a se unirem a ele (apocalipse 12:4).

Sua Punição.
Depois que Satanás pecou, Deus o lançou à terra, para fora do céu (Isaias 14:12 e Ezequiel 28:16-17). No julgamento final, satanás será “lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde também se encontram não só a besta como o falso profeta, e serão atormentados de dia e de noite pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 20:10).

Sua condição como pessoa.
Satanás não é uma força maligna impessoal. Ele possui características de uma personalidade: intelecto (2 Coríntios 11:3) emoção (Apocalipse 12:17) e uma vontade própria (2 Timóteo 2:26). Alem disso, são usados pronomes pessoais para referir-se a ele, tanto no AT como no NT (Jó 1:6-12; 2:1-7; Zacarias 3:1,2; Mateus 4:1-12).

Seus Nomes.
Nós podemos aprender muito a respeito de quem é satanás, olhando para os diferentes nomes, títulos e representações dele, em toda a Escritura:

-Satanás – (Zacarias 3:1; Mateus 4:10; Apocalipse 12:9 e 20:2), usado 52 vezes, vem da palavra hebraica satan, que significa adversário e opositor.

Diabo (Mateus 4:1; 13:39; Efésios 4:27; Apocalipse 12:9; 20:2) usado 35 vezes, vem da palavra grega diabolos, significando difamador, acusador.

Lúcifer (Isaias 14:12) significa sol da manhã, resplandecente ou portador de luz. Mesmo que este nome o descreva antes da sua queda, satanás atualmente “se transforma em anjo de luz” para enganar o mundo (2 Coríntios 11:14).

Querubim da guarda ungido (Ezequiel 28:14) indica que ele possuía uma das posições mais altas, dentre todos os anjos.

O Mal ou o Maligno (Mateus 13:19,38; João 17:15; Efésios 6:16; 1 João 5:18-19) descreve-o como a personificação do mal.

Príncipe deste mundo (João 12:31; 14:30; 16:11) se refere a seu poder sobre o sistema mundial de maldade dos homens e dos demônios.

Deus deste século (2 Coríntios 4:4) é usado em referencia a seu poder para cegar as mentes das pessoas para com o Evangelho.

Príncipe da potestade do ar (Efésios 2:2) descreve a sua influencia espiritual penetrante.

Serpente (Genesis 3:1; 2 Coríntios 11:3; Apocalipse 12:9; 20:2) retrata o seu engano e a sua astucia.

Dragão (Apocalipse 12:3,7,9) indica a sua natureza cruel e o seu poder de destruição.

Acusador (Apocalipse 12:10).

Tentador (Mateus 4:3; 1 Tessalonicenses 3:5).

Enganador (Apocalipse 12:9; 20:3).

Homicida (João 8:44). Mentiroso (João 8:44).

Pecador (1 João 3:8).

Belzebu, príncipe dos demônios (Mateus 10:25; 12:24,27; Marcos 3:22; Lucas 11:15) traduzido literalmente significa “senhor das moscas”.

Belial (2 Coríntios 6:15) significa sem valor, maligno, perverso.

Leão que ruge (1 Pedro 5:8) descreve-o como faminto e à espreita para devorar os cristãos.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Fazendo as trevas retroceder


Num verdadeiro sentido, podemos resumir a obra de Jesus na terra em uma única palavra: vitória. Ele sofreu no Getsêmani a fim de desfazer as trevas que nós mesmos havíamos trazido sobre nós. Quando Jesus estava pendurado na cruz, deve ter dado a impressão de ser um perdedor, uma vitima açoitada e ensanguentada. Embora falasse palavras agonizantes da cruz, ele não desceu de lá quando foi desafiado a isso. Permaneceu pregado ao madeiro ate o momento
em que morreu. Estava pendurado lá como “o Salvador do mundo” (1 Joao 4:14).
Ele havia sido tentado e provado de todas as formas possíveis, “porem sem pecado” (Hebreus 4:15). Através da sua vida sem pecado, e de seus milagres, Jesus havia demonstrado o seu domínio sobre o diabo e todas as forças do mal.
Ele havia amarrado o “homem forte” (Mateus 12:29). Sim, o diabo ainda é um inimigo poderoso, e não admitiu ainda a derrota. Mas já foi derrotado. Assim, quando nos submetemos a Deus e resistimos ao diabo, podemos afugenta-lo (Tiago 4:7). As declarações finais de Jesus na cruz foram palavras de um vencedor.
Depois de três horas de escuridão, ele exclamou com triunfo: “Está consumado” Ele sabia que havia sofrido a desolação do inferno e esvaziado o cálice da ira de Deus contra o pecado. Paulo declarou que Jesus “cancelou a escrita da divida... que nos era contraria”. E acrescentou triunfante: “Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo publico, triunfando sobre eles na cruz” (Colossenses 2:13-15). Ao conseguir a vitória sobre satanás, pagando o castigo dos pecados na cruz, Jesus proclamou a sua vitória por meio da ressurreição. Por causa da sua vitória na cruz “era impossível que a morte o retivesse” (Atos 2:24). A morte perdeu o seu “aguilhão” (1 Coríntios 15:55). Quando Jesus subiu aos céus, ele entrou em triunfo e tomou o seu lugar de exaltação universal. Ele vive a fim de interceder por nós (Hebreus 7:25) Nós que fomos reconciliados com Deus, ao confiarmos em Jesus, temos uma garantia completa e final da nossa salvação “por sua vida” (Romanos 5:10). Nesse interim, vivemos entre a sua Ascenção e a sua volta. Ele já esta reinando, mas o seu governo ainda não se manifestou completamente. Um dia, todo joelho se dobrará diante dele, para que “toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Filipenses 2:5-11). Esperamos com confiança por esse dia, sabendo que Jesus já triunfou.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Os inimigos de Cristo nas trevas.

Os inimigos de Jesus também aumentaram o sofrimento dele no Getsêmani. Isso, quem sabe, não nos surpreenda.
Afinal, é isso o que fazem os inimigos. Mas não devemos considerar tais atos como algo natural. Eles também foram pessoas pelas quais Jesus iria morrer. Desde a meia noite até às oito horas da manhã, Jesus foi submetido a uma sucessão de julgamentos que lhe trouxeram insultos e abusos físicos. Talvez satanás esperasse que esse terrível tratamento, infligido por pessoas que ele viera salvar, pudesse convencer Jesus a tomar um caminho mais fácil do que a cruz. De qualquer forma, podemos estar seguros deque satanás ficou contente com esse maior sofrimento, pois todos estes maus-tratos estavam sendo acrescidos a Jesus, que ele odiava. Ser trazido diante de Anás (João 18:13) significava uma notória indignidade. Anás não era um sumo sacerdote ordenado por Deus. Ele nem sequer era descendente de Arão. Ele conseguira esta posição por meio de intrigas politicas. Havia estado no cargo desde 6 até 15 DC, e passou o cargo adiante para membros da sua família. Seu genro, Caifás, agora era oficialmente o sumo sacerdote. Mas Anás ainda detinha o controle, a ponto de ser chamado de “sumo sacerdote” em João 18:19. Anás tratou Jesus com desdém, sujeitou-o a um processo de questionamento ilegal e não mostrou nenhuma objeção quando um dos guardas do templo bateu-lhe grosseiramente no rosto (v.19-24). Anás esperava ganhar tempo, ate que os 71 membros do sinédrio se reunissem com Caifás, para que pudesse começar o julgamento oficial. O Sinédrio era o conselho supremo Judeu. Era constituído por sumo sacerdotes, anciãos e escribas que eram peritos nas leis judaicas. O oficial que presidia o conselho era o sumo sacerdote.
Jesus foi levado diante deste grupo de homens hostis e sujeitado a falsos testemunhos. Teve que assistir à demonstração hipócrita de religiosidade, quando Caifás rasgou as suas vestes num gesto de horror e gritou: “Blasfemou! Por que precisamos de mais testemunhas?” (Mateus 26:65). Os membros do sinédrio haviam se reunido a fim de levar a cabo uma conspiração, não um julgamento justo, e Jesus foi obrigado a ouvi-los dizer: “É réu de morte!” (v.66). Teve que permitir que guardas cruéis lhe cuspissem no rosto, dessem murros e tapas, e suportou uma maldosa brincadeira de cabra-cega, em que seus olhos foram vendados: batiam nele e o desafiam a dizer quem batia (v 67-68). Mas Jesus suportou tudo isso porque estava determinado a alcançar o seu objetivo, a salvação daqueles mesmos pecadores que o maltratavam. Jesus sabia, pelas Escrituras do AT, que seria tratado desta maneira. Satanás foi capaz de aumentar o sofrimento do Senhor no caminho para a cruz, mas isso foi tudo o que conseguiu fazer. Embora
o sinédrio já houvesse determinado que Jesus deveria morrer, eles se reuniram novamente na manhã seguinte, a fim de tomar uma decisão oficial sobre como apresentariam o caso a Pilatos, o governador romano daquela região (Marcos 15:1 Lucas 22:2). O sinédrio não tinha poder para executar ninguém sem permissão de Roma (João 18:31). Por isso, os soldados levaram Jesus a Pilatos e os lideres Judeus apresentaram suas queixas. Em determinado ponto, Pilatos anunciou o veredito: “Não encontro motivo para acusar este homem” (Lucas 23:4). Isto enfureceu os conspiradores. Eles declararam que Jesus começou na Galiléia e espalhou a sua mensagem perigosa por toda a região (v.5). Depois de ouvir que Jesus era galileu, Pilatos viu uma maneira de sair do apuro. Enviou Jesus para Herodes Antipas, o governador judeu da região. Talvez pudesse cuidar daquele problema. Herodes Antipas havia sido nomeado por Roma para ser tetrarca da Galiléia e Peréia, após a morte de seu pai, no ano 4 a.C.. Ele havia decapitado João Batista por instigação da sua esposa, Herodías. Supersticioso, Herodes queria ver Jesus para aquietar um receio, em seu interior, de que Jesus pudesse ser Joao Batista ressuscitado dos mortos (Lucas 9:7-9). Ele interrogou Jesus com muitas perguntas, mas Jesus permaneceu em silencio. Com isso, “Herodes e os seus soldados ridicularizaram-no e zombaram dele. Vestindo-o com um manto esplendido, mandaram-no de volta a Pilatos” (23:11). Pilatos odiava os lideres judeus, e relutou em ordenar a crucificação de Jesus. Ele declarou novamente a inocência de Cristo (v.14-15). Num esforço de satisfazer a hostilidade judia, ordenou que Jesus fosse açoitado. O chicote usado para esse proposito consistia de diversas tiras de couro com pedaços de metal. Ele rasgava pedaços de pele das costas de Jesus. Depois disso, Pilatos permitiu que seus soldados sádicos praticassem zombaria, pressionando uma coroa de espinhos na cabeça de Jesus, vestindo-o com uma capa purpura, saudando-o como Rei dos Judeus e, então, para homenageá-lo batiam-lhe no rosto em vez de beijar as suas faces.
Pilatos ordenou que fosse apresentado a multidão enfurecida, e disse: “Eis o homem!” (Joao 19:5). A sua provável intenção foi a de dizer: “Olhem para este pobre compatriota! Como pode ele
significar uma ameaça para alguém?” Mas, mesmo vendo Jesus com um manto de purpura todo ensanguentado e com uma coroa de espinhos na cabeça, que fazia jorrar sangue pelo seu rosto espancado, isto não evocou nenhuma piedade. A resposta foi: “Crucifica-o! Crucifica-o!” (v.6). Logo Pilatos cedeu a pressão: “Finalmente Pilatos o entregou a eles para ser crucificado” (v.16). Jesus saiu carregando a cruz sobre seus ombros ensanguentados. Mas ele estava tão exausto e fraco, por causa da longa noite de tortura, que desabou sob o seu peso. Os soldados romanos forçaram Simão Cireneu, um judeu que tinha vindo celebrar a Pascoa, a carregar a Cruz no restante do caminho. Ver Jesus a caminho da crucificação deve ter sido alarmante para satanás. Mas ele ainda não estava pronto a aceitar a derrota. Ele continuou com os seus esforços de acrescentar a Jesus toda a dor e sofrimento que pudesse reunir. Seguiu testando a resolução de Jesus, incitando escárnios dos espectadores judeus e dos dois criminosos, entre os quais foi crucificado. Mateus escreveu: “os que passavam lançavam-lhe insultos, balançando a cabeça e dizendo:” Você que destrói o templo e o reedifica em três dias, salve-se! Desça da Cruz se é filho de Deus!”. Da mesma forma os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os lideres religiosos zombavam dele, dizendo: “Salvou os outros, mas não é capaz de salvar a si mesmo! E é o Rei de Israel! Desça agora da cruz e creremos nele. Ele confiou em Deus. Que Deus o salve agora, se dele tem compaixão, pois disse” Sou o Filho de Deus”. Igualmente o insultavam os ladrões que haviam sido crucificados com ele” (Mt 27:30-44). Satanás esperava que esse desafio fosse demasiado e que Jesus não resistiria. Lá estava ele, pendurado na cruz, numa condição débil, devido a tudo que havia suportado durante a noite e nas primeiras horas da manhã. E seus inimigos ainda não estavam satisfeitos! No Getsêmani, Jesus havia dito que, se ele pedisse ao Pai, mais de doze legiões de anjos estariam à sua disposição (Mateus 26:53). O poder de escapar daquela hora tenebrosa estava a sua disposição. Como no Getsêmani e durante o julgamento, satanás foi capaz de aumentar a dor de Jesus. Mas foi incapaz de realizar o seu objetivo. Ele não
podia induzir Jesus a desviar-se do compromisso de morrer na cruz, a fim de pagar o preço do pecado, quebrar o poder da morte e assegurar a vitória final sobre as forças do mal.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Os discipulos de Jesus nas Trevas.


Será de importância para nós
observarmos, mais de perto, como os doze seguidores mais próximos de Jesus se
tornaram, inconscientemente, instrumentos de satanás na batalha contra Jesus.
Parece que satanás tinha pelo menos dois objetivos ao agir por meio dos amigos
de Jesus. Primeiro, ele queria convencer desesperadamente a Jesus de que seres
humanos não eram dignos de tudo o que Ele intencionava fazer por eles. Segundo,
ele odiava tanto o Salvador que, mesmo que falhasse em cumprir a sua meta,
queria aumentar ainda mais a dor e a vergonha na Sua jornada até a cruz. Precisamos
nos lembrar de que foi por meio da Sua morte – não por meio do sofrimento
físico e psicológico que a precederam – que Jesus pagou o preço do pecado. Deus
não foi e não é quem exigiu de Jesus cada medida de Sua dor, que nós merecíamos
por causa dos nossos pecados. O sofrimento e a vergonha que Jesus experimentou
no caminho até a sua morte aconteceram porque Deus permitiu que o diabo fizesse
o pior para maltratar Jesus e tentar ganhar a batalha contra o Filho de Deus.
Esse fato explica a afirmação que Jesus havia feito aos soldados que o
prenderam no Getsêmani: “ Mas esta é a
hora de vocês, quando as trevas reinam” (Lucas 22:53). Vamos seguir os
eventos nesta parte da história, na sua ordem cronológica. Jesus entrou no jardim Getsêmani uma hora e
pouco antes da meia-noite. Ele pediu que oito de seus discípulos permanecessem
ali perto, orando. Então se distanciou um pouco mais no jardim, com Pedro,
Tiago e João, e disse: “Fiquem aqui e
vigiem comigo” (Mateus 26:38). Afastando-se sozinho, prostrou-se com o
rosto em terra e orou. Voltando para onde estavam os três, encontrou-os
dormindo. Podemos sentir a dor nas suas
palavras: “Vocês não puderam vigiar nem
por hora?...Vigiem e orem para que não caiam em tentação” (v. 40-41). Ele
sabia que em breve eles seriam tentados a abandoná-lo e fugir. O fato de ter
repetido esta sequencia três vezes – orando, voltando aos seus discípulos e falando-lhes
– indica claramente que algo incomum estava acontecendo. Normalmente, ele
gastava horas em comunhão com o seu Pai. Mas agora ele ansiava pela companhia
dos discípulos. A melhor explicação parece ser que ele sentia o começo do
afastamento de seu Pai. Jesus, tendo deixado de lado a sua glória como Deus
para tornar-se como um de nós, ficou profundamente atribulado ao
conscientizar-se de que teria que seguir sozinho. Ele tinha que enfrentar tudo
o que o esperava com a mesma estrutura emocional, corporal, e a mesma
vulnerabilidade à dor que nós temos quando enfrentamos provações menores. Quem
sabe até entendemos a sonolência dos discípulos. É verdade, eles tinham passado
um dia extremamente exaustivo. Sendo quase meia-noite, eles estavam cansados.
Mas deveriam ter percebido que algo incomum e terrível estava acontecendo. O
Mestre estava em grande agonia. Espera-se que os amigos permaneçam conosco
quando sabem que são necessários. A falta de compaixão genuína por parte dos discípulos
significou mais angústia para o Salvador. O nome Judas Iscariotes é sinônimo de
traição. Ele é o discípulo que conduziu os inimigos de Jesus até onde ele
estava e o identificou com um beijo. Como Jesus o havia escolhido como um dos
doze discípulos, deve ter visto que ele tinha qualidades que eram coerentes com
os outros onze. Jesus o havia honrado, convocando-o como tesoureiro deste
pequeno grupo. Ele incluiu Judas entre os doze, quando os enviou e lhes “deu autoridade para expulsar espíritos
imundos e curar todas as doenças e enfermidades” (Mateus 10:1). Mas este
homem, que parecia ter tão grande potencial para o serviço do reino de Deus,
tornou-se voluntariamente um instrumento do inimigo. Quando Judas viu que Jesus
não estava pronto para estabelecer o tão esperado reino, aparentemente ficou
amargurado e começou a roubar da bolsa de dinheiro dos discípulos (João 12:6).
Jesus sabia o que Judas estava fazendo e também estava consciente da traição
que ele planejava, muito antes de cumprir este seu plano. Anteriormente, Jesus
o chamou de “diabo” (João 6:70). Mas
o fez de uma forma que não deixou transparecer aos outros a quem ele estava se
referindo. Ao anoitecer daquela última quinta-feira, Jesus declarou abertamente
que um dos doze estava para traí-lo. Ele disse que o traidor faria com ele o
que um amigo achegado fez a Davi, muito tempo atrás, citando Salmo 41:9 “ate o meu melhor amigo, em que eu confiava
e que partilhava do meu pão, voltou-se contra mim” (João 13:18). Mais
tarde, naquela noite, quando Jesus celebrou a
refeição da Páscoa com os discípulos, ele deu a Judas o lugar de honra à
sua esquerda, com João à sua direita. Isto explica o porquê ele podia conversar
com os dois sem ser ouvido pelos outros discípulos. Logo após o inicio da
refeição, Jesus identificou o traidor somente para João, molhando um pedaço de
pão e dando-o a Judas. Esta cortesia normalmente era vista com um gesto de
amor, reservado para alguém especial. Talvez tenha sido um pedido amoroso de
Jesus, uma meiga súplica de arrependimento. Uma onda de emoção deve ter
atingido Judas naquele momento, mas seu coração estava tão endurecido que
conseguiu resistir a todos os seus melhores instintos e cumprir o mal que
estava em seu coração. Foi somente depois que Judas deixou o lugar onde estavam
reunidos, e chegou a um ponto que não havia mais volta, que Jesus se referiu a
ele como o homem “que estava destinado à
perdição” (João 17:12). Judas não foi uma vitima inocente do decreto
pré-estabelecido por Deus. Ele foi responsável pelas suas próprias decisões.
Ele podia ter agido de forma diferente. Se tivesse respondido às admoestações
veladas de Jesus, deixando transformar o seu coração, as palavras de Davi no
Salmo 4:19 teriam se aplicado somente à própria experiência do rei. Não teriam
outra aplicação. Ao considerar o prognóstico de Jesus, de que um dos doze iria
traí-lo, temos que manter em mente que tais anúncios sobre o futuro eram muitas
vezes reversíveis. Por exemplo, conforme as ordens dadas por Deus, Jonas
proclamou ao povo de Nínive: “ Daqui a
quarenta dias Nínive será destruída” (Jonas 3:4). Segundo o relato, isso
foi tudo o que Jonas falou. Ele não fez nenhum chamado ao arrependimento e não
prometeu misericórdia se eles se arrependessem. Todavia, “Tendo em vista o que eles fizeram e como abandonaram os seus maus
caminhos, Deus se arrependeu e não os destruiu como tinha anunciado”
(v.10). A experiência de Ezequías nos dá um exemplo semelhante. Isaías lhe
disse: “ Assim diz o Senhor: Ponha em
ordem a sua casa, pois você vai morrer, não se recuperará” (2 Reis 20:1).
Ele não deu indicação de que esta declaração era condicional. Mas quando o rei
orou e chorou, o Senhor fez Ezequías voltar, antes de deixar o palácio, e
contar as boas novas ao rei, de que Deus ouvira a sua oração e lhe
acrescentaria quinze anos de vida (v. 5-6).
Tais anúncios, dados por Deus na Bíblia, são admoestações do que irá
acontecer se os indivíduos ou as nações às quais se dirigiu continuarem no seu
proceder. Deus vê o coração e sabe o que está ali dentro quando dá a
advertência. Se Ele vê que ocorre uma transformação do coração, cancela a
admoestação. Deus sabia o que estava no coração de Judas e sabia o que ele iria
fazer. Mas esse conhecimento não colocou nenhuma obrigação sobre Judas. Se ele
tivesse mudado a sua decisão, confessando o seu pecado e buscado o perdão, Deus
saberia disso também. Ele não considera ninguém um fantoche indefeso no tablado
do destino. “Ao contrário, ele é
longanimo... não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao
arrependimento” (2 Pedro 3:9). Como já vimos, essa interação da vontade
divina e da vontade humana também foi uma verdade no Antigo Testamento. O
Senhor disse, por meio do seu profeta Jeremias: “Se em algum momento Eu decretar que uma nação ou um reino seja
arrancado, despedaçado e arruinado, e se essa nação que Eu adverti converter-se
da sua perversidade, então Eu me arrependerei e não trarei sobre ela a desgraça
que eu tinha planejado” (Jeremias 18:7-8). O fato de que Judas se tornou um
homem” destinado à perdição” não foi
um ato de Deus. Esse destino foi uma decisão do próprio Judas. Também não
podemos deixar de ver o papel decisivo de satanás neste cenário. Anteriormente,
observamos que, quando Jesus molhou o pão e o deu a Judas, isso foi um ato de
honra. O apóstolo João disse que foi neste exato momento que satanás entrou nele (João 13:27). O
diabo foi capaz de fazer isso porque Judas já havia aberto a porta para ele, ao
conspirar na traição de Jesus. Sem dúvida, ele fortaleceu a resolução de Judas.
Quem sabe satanás esperava que esse ato terrível, cometido por um dos próprios
discípulos de Jesus, iria quebrantar tanto o seu espirito que ele talvez
decidisse que as pessoas não eram dignas do preço que ele teria que pagar pela
sua redenção. Essa era a hora de satanás, se ele não conseguisse dissuadir
Cristo de ir para a cruz, pelo menos iria aumentar a dor e a vergonha do
Salvador. O que ainda contribuiu para um maior sofrimento de Jesus foi que
todos os seus amigos o abandonaram. Conforme o evangelho de Mateus, quando
Jesus foi preso no Getsêmani, “ então
todos os discípulos o abandonaram e fugiram” (26:56). Jesus os havia
alertado quando ainda estavam a caminho do Getsêmani: “ ainda esta noite todos vocês me abandonarão” (V. 31). Em vez de
responder àquela admoestação com humildade, Pedro foi grosseiro e
autossuficiente. Ele declarou ousadamente que estaria disposto a permanecer com
Jesus e até morrer com ele. “ e todos os
outros discípulos disseram o mesmo” (v.35). Mas, “ então todos os discípulos o abandonaram e fugiram” (v.56). Pense no que Jesus sentiu quando o
abandonaram, no momento em que seu coração humano ansiou tanto pelo apoio e
encorajamento deles! Há poucos instantes
atrás, enquanto orava, ele sentiu que seu Pai
estava se afastando dele. Deus
Pai tinha que fazer isso, a fim de que Jesus se tornasse “pecado por nós” (2 Corintios 5:21). Agora que os discípulos tinham
ido embora, Jesus não tinha sequer a companhia de um ser humano. Sentir a
presença de outra pessoa, quando se está enfrentando a morte, é uma das
necessidades essenciais do ser humano. Mas Jesus viu que, nas terríveis horas a
sua frente, até seu ultimo suspiro, ele estaria sozinho, sem o Pai e sem os
seus discípulos ao seu lado. Esta foi a maneira de satanás acrescentar mais um
peso ao fardo de dor e tristeza de nosso Salvador.
Pedro, que havia confessado tão
nobremente em Cesaréia de Filipe que Jesus era “o Cristo, o Filho do Deus Vivo”
(Mateus 16:16), ainda aumentou mais o peso do sofrimento de Jesus. Pouco antes,
quando Pedro declarou de forma tão veemente a sua coragem, Jesus o alertou “asseguro-lhe que ainda esta noite, antes
que o galo cante duas vezes, três vezes tu me negarás” (Marcos 14:30). Em
lugar de sua valentia, como todos os outros discípulos, ele fugiu quando Jesus
foi preso. Todavia Pedro não conseguiu abandonar completamente a Jesus.
Mantendo uma distancia segura, para que
não fosse identificado, como discípulo de Jesus, ele seguiu o grupo que prendeu
Jesus “até o pátio do sumo sacerdote” (V.54)
Ali, tentou novamente esconder a sua identidade. Mas parece que se deteve no
lugar errado, entre inimigos de Jesus. Ele foi confrontado três vezes, numa
rápida sucessão, acusado de ser um dos seguidores de Jesus. Ele negou todas as
vezes que tivesse qualquer relacionamento com Jesus. Na terceira vez, “ ele começou a se amaldiçoar e a jurar; ‘
Não conheço o homem de quem vocês estão falando’” (v.71). Lucas completou a
historia: “ Falava ele ainda, quando o
galo cantou. O Senhor voltou-se e olhou diretamente para Pedro. Então Pedro
lembrou-se da palavra que o Senhor lhe tinha dito...saindo dalí, chorou
amargamente” (Lucas 22:60-62). O que será que Pedro viu nos olhos de Jesus?
Tenho certeza que não viu uma ira gelada e um desdém frio. Quem sabe, ele viu
um olhar de decepção. Mas, acima de tudo, creio que ele viu um abismo de dor e
oceanos de amor nos olhos de Jesus. Isso
quebrou o coração de Pedro e o levou a chorar amargamente. Lucas disse que,
quando Jesus advertiu antecipadamente o seu amigo tão auto-confiante sobre as
três vezes que ele iria nega-lo, ele começou dizendo: “Simão, Simão, satanás pediu
vocês, para peneira-los como trigo. Mas eu orei por você, para que a sua fé não
desfaleça” (Lucas 22:31-32). O teste que satanás tinha em mente seria
intenso, como o mover vigoroso do trigo numa peneira, para separar os grãos da
palha. E como aquela era a hora “quando
as trevas reinam” (v.53) o diabo teria livre ação. A coragem de Pedro
falhou e ele fez o que nunca sonhou que fosse fazer. Mas a oração de Jesus foi
respondida: a fé de Pedro não falhou. Ele nunca
deixou de crer que Jesus era o Messias, o Filho de Deus. Ele se
arrependeu e, mais tarde, foi publicamente restaurado (João 21:15-19). Pedro
seguiu e se tornou um pregador intrépido e poderoso no dia de Pentecostes, o
dia em que nasceu a igreja (Atos 2:1-41). Ele se tornou líder reconhecido do
ministério apostólico dos judeus. Escreveu duas cartas que foram incorporadas
nas Escrituras do NT. Ele suportou perseguições intensas por causa da sua fé e
morreu como mártir. O diabo teve sucesso em fazer de Pedro um instrumento para
intensificar a tristeza e a dor de Cristo no caminho para o calvário, mas não
foi capaz de destruí-lo.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A guerra de todos os tempos.

A vida de Jesus na terra, desde seu nascimento até a morte na cruz, foi uma batalha com o diabo, a batalha decisiva da guerra de todos os tempos. Lembremo-nos que um dos objetivos principais da vinda de Cristo foi “destruir as obras do diabo” (1 João 3:8). E Jesus não subestimou seu inimigo. Três vezes, na ultima semana de sua vida terrena, Jesus se referiu a satanás como sendo o “ príncipe deste mundo” (João 12:31; 14:30; 16:11). A palavra que ele usou (archon) era frequentemente usada para indicar o mais alto oficial em um território ou nação. Jesus sabia que ele havia se envolvido com o incontestável líder de um vasto exército de espíritos caídos. Satanás era a cabeça do reino do mal, que é a total antítese do reino de Deus. Ele e seus demônios haviam transformado a boa criação, que havia surgido da mão de Deus, num mundo infestado de pecado. Por causa dele o mundo é hoje o lugar onde desastres naturais podem matar milhares de crianças inocentes, deixando milhares de malandros impunes. É um mundo no qual as vidas de pessoas decentes muitas vezes são cheias de dor e decepção, enquanto que os criminosos desfrutam de saúde e sucesso. É um mundo onde pessoas boas muitas vezes são vitimas de pessoas desonestas. Tudo isso porque satanás é “ o deus deste século” (2 coríntios 4:4). Portanto, a enormidade do sofrimento de Jesus no Getsêmani representa uma “guerra dos deuses”. Jesus veio para “destruir as obras do diabo” e a sua agonia no jardim do Getsêmani representou uma fase crucial e decisiva na batalha com o “príncipe das trevas”. Com seu nascimento neste mundo, o Senhor dos Senhores entrou num território que o diabo e seus exércitos haviam ocupado. O apóstolo João escreveu: “O mundo todo está sob o poder do maligno” (1 João 5:19). Nas montanhas da Galileia, nas ruas de Jerusalém e, finalmente, por entre as oliveiras do Getsêmani, o Rei dos reis desafiou todas as hostes do mal. Ao longo do caminho, havia aqueles que tentaram colocar Jesus do outro lado da batalha. Todavia, quando alguém o acusou de ter expelido demônios pelo poder de belzebu, ele respondeu: “Se satanás expulsa satanás, está dividido contra sí mesmo. Como, então subsistirá o seu reino? ...Mas se é pelo poder de Deus que eu expulso demônios, então é chegado o Reino de Deus . Ou, como alguém pode entrar na casa do homem forte, e levar dali seus bens, sem antes amarrá-lo?” (Mateus 12:26-29). Ao amarrar o“homem forte” (satanás), Jesus desempenhou a sua autoridade sobre satanás e seu reino. Ao sofrer no Getsêmani e ao morrer na cruz, Cristo nos deu uma base, sobre a qual podemos orar: “ Venha o Teu Reino; seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10). Ao curar os enfermos, expelir os demônios e ressuscitar os mortos, Jesus entrou no reino de satanás e mostrou o seu Senhorio sobre todas as forças do mal. Por meio da sua morte na cruz e da sua ressurreição, quando a fatídica hora se aproximou. Ele pode ter contribuído em trazer ao coração de Jesus um profundo sentimento de medo, durante a última semana de seu ministério terreno. Este sentimento de temor levou Jesus a exclamar: “ Agora, está angustiada a minha alma, e o que direi? Pai, salva-me desta hora ? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. Pai glorifica o Teu Nome!” (João 12:27-28). Quando tinha deixado de lado o exercício dos seus atributos divinos, Jesus estava sujeito a sentimentos de tristeza, assim como nós. Mas mesmo que ele temesse muito assumir a maldição do pecado sobre sí, rejeitou todo e qualquer pensamento de voltar atrás. Contudo, precisava de uma palavra de seu Pai naquele momento. Assim, depois de seu pedido: “Pai, glorifica o Teu Nome!”, o Pai respondeu amorosamente com uma voz do céu: “ Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei”(v.28). Com isso, Jesus exclamou triunfalmente: “ Chegou a hora de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso” (v. 31). O que Jesus quis dizer quando usou a palavra agora para descrever a derrota de satanás? Parece que a sua agonia no Getsêmani e seu sofrimento na cruz não derrubaram o inimigo. Satanás continuava ativo 20 anos mais tarde quando o apóstolo Paulo o chamou de “ o deus deste século” (2 corintios 4:4). E, 15 anos mais tarde, satanás ainda era uma figura ameaçadora, pois o apóstolo Pedro disse que ele “anda em derredor como leão que ruge, procurando uma presa para devorar” (1 Pedro 5:8). Trinta anos depois que Pedro havia escrito as suas cartas, o apóstolo João declarou: “ que o mundo todo está sob o poder do maligno” (1 João 5:19). É óbvio, satanás ainda não foi despojado deste mundo. Ele ainda é um inimigo poderoso. Mas Jesus, por meio de seu sofrimento e morte, abateu o sopro da morte de satanás. Com a sua ressurreição, ele assegurou o fracasso certo de Satanás e suas hostes. Eles sabiam que, quando Jesus disse “Está consumado” e deu seu ultimo suspiro, Ele havia pago o preço total pelos pecados de todo o mundo. Por isso os demônios “ tremem” quando pensam em Deus (Tiago 2:19). Satanás não tem poder para fazer um mal eterno àqueles que estão em Cristo. Este fato levou Paulo a escrever: “ quando vocês estavam mortos em pecados...Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões , cancelou a escrita da divida...que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz” (Colossenses 2:13-15). Paulo retratou Jesus, erguendo-se como um poderoso conquistador, à semelhança de um general vitorioso, apresentando publicamente a sua vitória sobre os inimigos, guiando-os pelas ruas de uma cidade, desarmados e algemados. Satanás foi derrotado, envergonhado e desarmado pela cruz de Cristo e por tudo que se seguiu. A realidade desta vitória ainda não foi reconhecida em sua totalidade. Isto virá ainda mais tarde. Mas as forças das trevas sabem que virá o dia, quando “ se cumprirá a palavra que está escrita: A morte foi destruída pela vitória” (1 corintios 15:54) e ele será “ lançado no lago de fogo” (Apocalipse 20:10). Não é de admirar que satanás fizesse de tudo para evitar que Jesus tivesse esse encontro com a cruz.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Satanás nas trevas

O arqui-inimigo de Deus tambem estava agindo em meio ao terrivel sofrimento de Jesus no Getsêmani. A principio, o ser mais exaltado criado por Deus, satanás, havia liderado uma rebelião contra o Deus dos céus nos tempos pré-históricos. A Bíblia não nos dá detalhes, mas os misteriosos odes ao rei da Babilônia, em Isaias 14, e ao rei de Tiro, em Ezequiel 28, aparentemente contêm alusões à queda da criatura tenebrosa que estava manipulando esses reis para os seus propósitos sinistros. O príncipe das trevas odiava sem qualquer dúvida a Jesus, porque ele sabia dos dois propositos da missão de Jesus: "salvar o seu povo dos seus pecados" (Mateus 1:21) e "destruir as obras do diabo" (1 João 3:8). Não creio que o diabo e seus demônios se regozijaram quando Jesus estava sendo pregado na cruz. Eles queriam que Ele morresse, mas não crucificado. Eles sabiam que se Cristo suportasse a cruz, Ele estaria pagando o preço do pecado e quebraria com isso o poder da morte. O principe das trevas sem duvida estava por detrás da ordem do rei Herodes de matar todos os bebês em Belem (mateus 2:16). É possivel que ele tambem tentou matar Jesus no Getsêmani, quando a dor interior foi tão grande que "o seu suor era como gotas de sangue que caíam no chão" (Lucas 22:44). Mas parece que o inimigo de Deus gastou a maior parte de sua energia em tentativas repetidas de evitar que Jesus cumprisse um sacrificio perfeito. Este foi claramenteo seu alvo quando ele e Jesus, num momento divinamente marcado, se confrontaram no deserto. Depois de descrever o batismo de Jesus, Marcos disse: "logo após, o Espirito o impeliu para o deserto. Ali esteve quarenta dias, sendo tentado por satanás" (Marcos 1:12-13). A primeira tentação da qual ouvimos falar veio depois que Jesus esteve no deserto, sem comer, por quarenta dias. Sabendo que Jesus estava extremamente faminto, satanás se aproximou dele: " Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães" (Mateus 4:3). Ele impeliu Jesus a demonstrar o seu próprio poder, sem tomar em conta a vontade do Pai. Jesus respondeu, citando Deuteronômio 8:3 "nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus".
Em Deuteronômio, Moisés estava lembrando os israelitas de que Deus os havia humilhado, fazendo-lhes necessário viver do maná, em lugar de uma comida que eles mesmos pudessem prover para sí. O proposito era ensina-los a confiarem mais em Deus do que nos seus proprios esforços. Jesus viu a sua fome, como algo planejado pelo Pai, e por isso não iria saciá-la, fazendo as coisas por conta propria. Ele tinha deixado de lado o exercício independente do seu poder, como Deus, de maneira que pudesse viver como um ser humano frágil. Ele o fez para poder experimentar as provas da vida, assim como nós. Escolheu depender de Deus, assim como nós. Ele se negou a violar este compromisso só para satisfazer, de forma milagrosa a sua fome. A segunda tentativa de satanás de acabar com a missão de Cristo foi menos sutíl. De forma sobrenatural, ou por meio de uma visão, o diabo levou Jesus ao ponto mais alto do templo. Ele sugeriu que Jesus saltasse de lá, lembrando-o do salmo 91:10-12 "porque a seus anjos dará ordens a teu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos...para que não tropeces em alguma pedra". Talves satanás estivesse sugerindo que a presença de anjos, livrando Jesus da morte certa, iria impressionar tanto as massas ao redor do templo, que as pessoas iriam aceitá-lo instantaneamente como o Messias prometido. Mas Jesus respondeu citando Deuteronômio 6:16 " Não tentarás o Senhor, teu Deus".
A terceira tentativa do diabo de afastar Jesus da cruz, foi mais direta. Foi descarada e ousada. No alto de uma montanha, de novo, seja pelo poder sobrenatural ou por uma visão, o diabo mostrou todos os reinos do mundo para Jesus, dizendo que renunciaria a seus direitos sobre todos eles, sob uma condição: que Jesus se ajoelhasse diante dele em adoração. Ele estava dando a entender, que o fim justifica os meios. Somente um ato de adoração, e Jesus poderia realizar o seu objetivo de tirar, à força, todos os reinos de satanás, sobre os quais ele estava reinando como o "principe" (João12:31; 14:30; 16:11). Jesus não reagiu a esta reivindicação, mas rejeitou a oferta. Ele sabia que o mal nunca poderá ser vencido pelo próprio mal. Mandou o diabo se retirar, citando novamente as escrituras: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele prestarás culto" (Lucas 4:8 ; Deuteronômio 6:13). Lucas disse: "Tendo terminado todas estas tentações, o diabo o deixou até ocasião oportuna" (4:13). O diabo foi profundamente derrotado, e por isso, deixou Jesus - por aquele momento. Mas sem dúvida, ele tentou de novo, sempre que viu uma oportunidade de persuadir Jesus, de que poderia alcançar o seu objetivo, sem ir para a cruz. Mateus 16:13-28 registra a conversa que descreve uma tentativa de satanás de influenciar a Cristo, por meio das palavras de um amigo achegado. Isso aconteceu aproximadamente no final dos três anos de vida pública de Jesus. Pedro, um discípulo fiel, acabara de fazer uma grandiosa confissão: " Tú és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (v. 16). Jesus o elogiou por isso. Mas quando Jesus "começou a explicar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse para Jerusalém e sofresse muitas coisas...e fosse morto e ressucitasse no terceiro dia" (v.21), Pedro ficou horrorizado. Como o Deus vivo poderia permitir isso ao seu Filho sem pecado? Assim, Pedro o chamou à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: "Nunca, Senhor! Isso nunca Te acontecerá" (v.22). Temos certeza que Pedro estava bem intencionado. Ele amava o Mestre. Ele cria que seu Mestre era o Rei e Messias prometido, que em breve iria estabelecer o seu reino na terra. Por isso ele deve ter se surpreendido pela resposta severa de Jesus: "Arreda, satanás! Tú és para mim, pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, mas dos homens" (v.23). Que diferença de alguns momentos atrás! Em vez de elogiá-lo, Jesus o repreendeu severamente, até chamando-o de satanás. Pedro se tornou involuntariamente um instrumento do diabo, tentando tudo para dissuadir Jesus de ir para a cruz.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Deus nas Trevas

Pais amorosos fazem tudo o que podem a fim de proteger os seus filhos de dores desnecessárias.
Mas, segundo a Bìblia, Deus Pai intensificou deliberadamente a angústia mental e as dores fisicas do seu Filho, durante suas ultimas 15 horas de vida. Isaias 53:9-10, escrito quase 700 anos antes, diz: " posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca. Tadavia, ao Senhor agradou moê-lo fazendo-o sofrer...". Mais ou menos 25 anos depois da crucificação de Jesus, o apostolo Paulo escreveu: " Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornassemos justiça de Deus". (2 corintios 5:21). Estas são palavras chocantes. Por que Deus "esmagaria" intencionalmente o seu Filho inocente ?? O que Paulo quis dizer quando escreveu que: "Deus tornou pecado por nós, aquele que não tinha pecado"? Para responder estas perguntas e começar a entender o sofrimento no Getsêmani, precisamos ver o significado da palavra morte em Romanos 6:23, "Pois o salário do pecado é a morte". Como salário do pecado, a morte, envolve mais que o processo de morrer. O elemento mais importante na morte, como "salario do pecado", é antes espiritual do que físico. Paulo escreveu para os cristãos de Éfeso: "Voces estavam mortos em seus pecados, nos quais costumavam viver". (Efésios 2:1-2).
Observe que os Efésios estavam mortos enquanto ainda viviam. Conforme a Bíblia, toda pessoa, antes da salvação está espiritualmente alienada de Deus. Esta é a razão da súplica de Paulo: "reconciliem-se com Deus". (2 corintios 5:20). Para nos redimir e nos dar a possibilidade de estarmos espiritualmente vivos...em contato com Deus...Jesus, como nosso substituto, tinha que experimentar ambas as mortes, a fisica (separação do corpo e da alma) e a morte espiritual (a separaçã0 ou alienação de Deus). Quando as pessoas rejeitam o Evangelho, elas permanecem espiritualmente mortas. E quando passam para a eternidade, sozinhos e sem Cristo, elas experimentam a "segunda morte" (Apocalipse 20:14) Esta separação eterna de Deus, é o que constitui a essência do inferno. Portanto, quando Paulo disse que "Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado", ele quis dizer que Deus tratou o seu Filho, sem pecado, como se fosse um pecador. Ele fez com que Jesus experimentasse a morte fisica e a desolação do inferno (a segunda morte). Em Galatas 3:13 Paulo expressou esta verdade, quando escreveu: "Cristo nos redimiu da maldição da Lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: " Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro". Com isso em mente, vamos retornar ao Getsêmani. Vemos Jesus dizer: "A minha alma está profundamente triste, até a morte" (Mateus 26:38) A angustia o assolou. Muitas vezes havia passado longas noites falando e encontrando forças junto de seu Pai. Mas naquela noite foi diferente. Ele se levantou três vezes à procura de seus discipulos. Ele não estava encontrando satisfação por meio da oração. Em lugar disso, ele sentiu que seu Pai estava se afastando dele. Este era o "cálice" que ele temia (v.39). Seria bem mais fácil para ele sofrer a dor fisica, associada à morte, se pudesse faze-lo estando em comunhão com o seu Pai. Lucas descreveu somente a terceira oração de nosso Senhor, mas acrescentou um detalhe que não é mensionado em nenhum outro lugar: "apareceu-Lhe então um anjo do céu, que o fortalecia. Estando angustiado, ele orou ainda mais intensamente, e o seu suor era como gotas de sangue que caiam no chão" (Lucas 22:43). Observemos que a vinda do anjo tanto o fortaleceu como aumentou a sua angústia. Por um lado, o anjo aparentemente ajudou Jesus assegurando-Lhe que, apesar do Pai ser obrigado a afastar-se da sua presença, as hostes celestiais estavam Lhe assistindo, maravilhados e sem respiração. Do outro lado, a vinda do anjo aumentou-Lhe a angústia, talves porque Lhe lembrou da realidade de que Deus estava de fato se afastando Dele. Em vez de se dirigir diretamente a Ele, o Pai falou por meio de um dos seus servos. Jesus estava começando a experimentar a desolação do inferno. Sim, Ele havia escolhido se submeter a toda a dor e vergonha que esperavam por ele, sem a ajuda de seu próprio poder divino, sem o conforto do Espirito Santo e sem o apoio do seu Pai Celestial.
Aproximadamente 14 horas depois, depois de estar por quase seis horas na cruz, a intesidade da angústia espiritual de nosso Salvador arrancou Dele o grito: "Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?" (Marcos 15:34). Depois de receber um pouco de vinagre de um soldado romano, Jesus compreendeu que ele havia esvaziado o cálice da ira de Deus contra o pecado. Isto trouxe outro brado, agora triunfante aos seus lábios: " Está Consumado!" (joao 19:30) Ao refletirmos nesta cena, não podemos deixar de pensar na dor que o Pai e o Espirito Santo devem ter sentido quando viram o Filho, o outro membro da trindade eterna, sofrer e morrer daquela maneira: abandonado e sozinho. Como devem ter desejado ir ao seu encontro, toca-lo e dizer-Lhe:" Estamos aqui, contigo." Mas para redimir-nos, era necessário que o Filho, que se havia tornado um membro da familia humana, enfrentasse um teste severo, sem ter pecado, e sofrer a morte com todo o seu horror. Que Amor Incrivel.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A Luta de Cristo nas Trevas

A história nos conta de homens e mulheres que permaneceram serenos, até alegres, ao enfrentar a morte como mártires. Muitos escolheram a tortura e execução, mas não a deslealdade com o Salvador. Mas, por um certo tempo, no Jardim de Getsêmani, Jesus não demonstrou tal tranquilidade. Os relatos dos Evangelhos retratam-No profundamente atribulado e angustiado na véspera do seu julgamento e crucificação. Ele pediu que Pedro, Tiago e João o acompanhassem e orassem por Ele. Então separou-se deles uma pequena distância, caiu ao chão e começou a orar. Mas, em lugar de permanecer um longo periodo em oração, como tinha feito tantas vezes no passado, Ele logo voltou para onde estavam os discipulos, sentindo aparentemente a necessidade de sua companhia. Isto aconteceu três vezes. Conforme o escritor de Hebreus, "Jesus ofereceu orações e súplicas em alta voz e com lágrimas"(5:7). Há quem interprete a amargura de Jesus de maneira errada. Alguns contrastaram a Sua angústia com a resolução de Sócrates, do qual se diz que obedeceu calmamente à ordem de suicidar-se, bebendo cicuta. Criticam o alto brado de Jesus, na cruz: " Deus meu! Deus meu! Por que me abandonaste?"(Mateus 27:46) dizendo que reflete uma desilusão devastadora e um desespero completo. Mas, na sua propria cegueira, muitos cerraram os olhos para o significado do que transpareceu naquela noite e no dia seguinte. Eles não reconheceram o fato de que Deus e satanás estavam, naqueles momentos, envolvidos na batalha cricial da Guerra de todos os tempos. A seguir, veremos como Deus, satanás, os discípulos e os inimigos de Jesus, todos contribuiram para a angústia indescritivel que Jesus suportou naquela quinta-feira tenebrosa e, na mais tenebrosa ainda, "sexta-feira Santa".

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A Bíblia - Parte IV - Particularidades da Bíblia

   A Biblia toda (66 livros) teve cerca de 40 escritores, por um periodo de 16 séculos aproximadamente, e que não se conheceram; pertenciam a diversas classes, de continentes diferentes, e o que é mais importante, nada sabiam o que havia sido já escrito. A perfeita unidade da Bíblia, quando a lemos, inspira-nos a glorificar a Deus porque em meio à alegria e tristezas, o produto final apresenta uma só mensagem e uma só salvação - JESUS.
    Inicialmente, os escritos da Bíblia não eram divididos em capítulos e versículos; a divisão em capítulos só veio a acontecer no ano 1250 AD, pelo Cardeal Hugo de Sancto Caro, monge diminicano, que dele se serviu para a sua concordância com a Vulgata. " As aplicações a esta concordância deram-lhe muito valor e estabeleceram a prática de citar os capitulos em vez de referir-se ao livro ou a alguns fatos proeminentes nele contidos".
    Alguns pesquisadores atribuem essa divisão também a Stephen Langton, falecido em 1228. No ano 1551, Robert Stevens fez a divisão em versículos, publicando a primeira Bíblia, assim dividida, em 1555.
   
    O Antigo Testamento encerra citando maldição. O Novo Testamento encerra citando "graça do Senhor Jesus Cristo".

- Há 8.000 vezes a palavra "SENHOR".
- A "volta de JESUS" é citada 1845 vezes.
- O Autor da Bíblia é "DEUS".
- O Intérprete da Bíblia é o "ESPIRITO SANTO".
- O assunto central da Bíblia é "JESUS CRISTO".
- A Bíblia é o livro mais editado do mundo.
- A Bíblia é o livro mais lido do mundo.
- Não existem duas Bíblias. Ela é uma só.

                                                FIM.

A Biblia - Parte III - Composição da Bíblia

A Bíblia compõe-se de duas partes.
- Antigo Testamento
- Novo Testamento
1-Antigo Testamento (AT) - O Antigo Testamento contém os livros sagrados dos Judeus, isto é, a "coleção das Escrituras que o povo hebreu foi acumulando desde o tempo de Moisés ate cerca de um sécula antes de Jesus Cristo". Nos diversos livros dessa coleção acham-se os principais fatos históricos e outras manifestações da vida espiritual desse povo.
A lingua original do AT é o hebraico, com ligeira exceção: Ed 4.8 a 8.18; 7.12-26; Jr 10.11; Dn 2.4 a 7.28, escritos em aramaico.
Três séculos antes de Cristo, o AT foi traduzido para o grego em Alexandria por setenta letrados (versão dos LXX), no ano de 285 aC. Foi esta versão que dividiu e situou os livros por assuntos, como temos hoje: Lei, História, Poesia, Profecia. Citada frequentemente por Jesus.
A lingua hebraica é chamada no AT de "lingua de Canaã" (Is 19.18) e "lingua judaica" (Is 36.13 ; 2 Rs 18,26,28), lê-se da direita para a esquerda, e o alfabeto compõe-se de 22 letras.
" O hebraico é uma lingua que, sem ter a elasticidade e beleza do árabe, a mais bela da familia, excede a todas na simplicidade e nobreza de suas formas. Era escrita apenas com as consoantes, e como escrevem hoje os taquigrafos; por isso é uma lingua que obriga o leitor a pensar e ir interpretando o texto, penetrando bem o seu sentido, pois, por exemplo, três consoantes com vogais diversas, antes, no meio e depois delas, significam as coisas mais diversas.  Os comentadores judeus da Bíblia, já séculos antes de nossa era, a fim de dar estabilidade ao texto, que reviam com cuidado, propuseram pontos, e pequenos traços em cima e embaixo das letras, indicando as vogais e as paradas em que o leitor deve respirar. "Os judeus tinham muito cuidado com as cópias que tiravam das suas Escrituras, as quais eram reguladas por instruções muito estritas"

Divisão do Antigo Testamento.

A AT está dividido em 39 livros, porém os judeus contavam como se fossem ora 22 ou 24, e já nos últimos séculos antes de Cristo dividiam esses 24 livros em três seções (Lc 24.44);
1º - Lei (Torá, Torah) (5) de Gênesis a Deuteronômio"
2º - Profetas(Nebiim) (8) - Profetas antigos - Compreende hoje o que chamamos de livros históricos (Josué a Ester).  - Profetas - no sentido estrito, exceptuando o livro de Daniel (que diziam ser alegórico).   -  Maiores (Isaías, Jeremias, Ezequiel) - Menores - Os doze: Ozéias a Malaquias.
3º - Escritos Sagrados (Kethubim) (11) - Livros poéticos - Salmos, Jó, Provérbios - os cinco rolos (Megilloth) - Cânticos dos cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester - Históricos - Daniel, Esdras, Neemias, Crônicas.
A razão de 24 em vez de 39 livros é porque são considerados um só livro cada grupo como segue: 1 e 2 Samuel; 1 e 2 Reis; 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias e os doze profetas menores. Quando era de 22 livros, Juizes e Rute e Jeremias e Lamentações, eram um só livro.

Os nossos 39 livros estão divididos em 4 classes:

1- Lei (5 livros) - O pentateuco ou os cinco primeiros livros, isto é, de Gênesis a Deuteronômio.

2- História (12 livros) - de Josué a Ester - Divide-se em quatro períodos da história de Israel.
   a. Teocracia ( Juizes)
   b. Monarquia (Saul, Davi, Salomão)
   c. Divisão do reino e cativeiro (Judá e Israel)
   d. Periodo pós-cativeiro.

3- Poesia (5 livros) de Jó a Cantares

4- Profecia (7 livros) de Isaias a Malaquias, divididos em:
   a. Profetas Maiores (Isaias a Daniel)
   b. Profetas Menores (Oséias a Malaquias)

Assim, o Antigo Testamento é composto de obras de autores diversos, como Moisés, que foi um príncipe e legislador; Josué, um general; Daví e Salomão, reis e poetas; Isaias, estadista e profeta; Daniel, primeiro-ministro; Zacarias e Jeremias, sacerdotes e profetas; Amós, homem do campo; e de variados assuntos, como "legendas e poesias heróicas dos tempos primitivos, história das origens do povo israelita e desenvolvimento histórico até a volta do exílio, poemas, obras de moral e ciência, profecias, cântico de arrependimento e de louvor a Deus, leis civis, religiosas e morais, etc. Isso tudo reunido num só livro forma uma harmonia perfeita, incompreencivel para a mente humana, mas claro para os que tem a mente de Cristo (1 Co 2.16).

Novo Testamento (NT) - O Novo Testamento contém 27 livros, e está dividido em quatro seções:

1- Biografia (4 livros) - Mateus, Marcos, Lucas e João
2- História (1 livro) - Atos dos Apóstolos
3- Doutrina (21 livros) - São as vinte e uma epístolas (cartas), de Romanos a Judas.
   - 9 dirigidas à igreja.
   - 4 dirigidas a indivíduos.
   - 1 dirigida aos hebreus.
   - 7 são universais (Tiago a Judas).
4- Profecia - (1 livro) - Apocalípse (Revelaçao de Jesus Cristo).
                                                                                                            Continua na parte IV.



A Bíblia - Parte II Os Manuscritos

Manuscritos é uma palavra de origem latina, ou seja: "Manus" - mão e "scriptus" - escrito. Um documento manuscrito quer dizer, que foi escrito a mão. No passado, todos os documentos eram escritos ou copiados a mão; e os textos bíblicos nos foram transmitidos através dos manuscritos. 1- Material empregado. - Papiro. O papiro deu nome ao papel. Da casca dessa planta (que atingia de 2 a 4 metros de altura) se faziam as folhas para os manuscritos, e estas eram de 15 a 27cm de comprimento. - Pergaminho. Do latim pergamina, de Pérgamo. "Segundo Plinio o nome pergaminho teve origem no caso acontecido ao rei de Pergamo, Eumenis II, em 160 aC. Este rei planejou formar uma biblioteca maior que a de Alexandria, no Egito" O rei desse pais, por inveja, proibiu a exportação de papiro para Pérgamo, obrigando Eumenis a recorrer ao processo de preparar peles para escrita. Isto promoveu o surgimento de um novo método de prepará-las tão aperfeiçoado que a cidade-estado deu nome ao pergaminho (2 Tm 4.13). Outros materiais usados pelos povos antigos. - Argila. Em forma de tijolos cozidos ou não ( Ex 4.1) Ostracom (fragmentos de cerâmica que já não serviam para outros fins). -Bronze. Liga de cobre e estanho. -Cera. Escritas em tábuas revestidas de cera (Is 8.1 ; 30.8 ; Lc 1.63) -Chumbo. (Jó 19.23,24) -Linho. Usado pelos egipcios e romanos. -Madeira. -Ouro. Há muitas descobertas de moedas e jóias com inscrições (Ex 28.36) -Pedra. Há três notáveis pedras. Rocha de Behistun (Irã) - Foi a chave para a descoberta da escrita cuneiforme (forma de cunha) Pedra de Roseta - Foi a chave para decifrar os hieróglifos egipcios. Pedra Moabita - Escrita por Mesa, rei de Moabe (850aC), 2 Rs 3.4

A Bíblia. - Parte I

A palavra Bíblia é a forma do plural grego " Biblion", diminutivo neutro, que significava "livros" ou "libreto" que a seu termo vem de "Biblos", que é propriamente a entrecasca da planta do papiro (uma cana ou junco que cresce às margens do rio Nilo (África) e outros rios do oriente), vide EX. 2.3; Jó 8.11; Is 18.2 , e que cobre o material em que se escrevia. Do papiro se extraiam tiras, as quais eram coladas uma às outras formando um rolo de qualquer extensão. Outro material usado para a escrita era o pergaminho, que vem dos tempos cristãos. Bíblia, então, queria dizer "os livros". O Antigo Testamento, no tempo de Jesus, já era chamado "as Escrituras" (ai graphai). Cada livro era escrito separadamente em seu rolo especial e, os das sinagogas eram presos a duas hastes de madeira, em cada banda, desenrolando-se de uma e enrolando-se na outra à proporção em que era lido. Bíblia significa, hoje, O Livro - O livro por excelência, o Livro Sagrado.