terça-feira, 12 de junho de 2012

Deus nas Trevas

Pais amorosos fazem tudo o que podem a fim de proteger os seus filhos de dores desnecessárias.
Mas, segundo a Bìblia, Deus Pai intensificou deliberadamente a angústia mental e as dores fisicas do seu Filho, durante suas ultimas 15 horas de vida. Isaias 53:9-10, escrito quase 700 anos antes, diz: " posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca. Tadavia, ao Senhor agradou moê-lo fazendo-o sofrer...". Mais ou menos 25 anos depois da crucificação de Jesus, o apostolo Paulo escreveu: " Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornassemos justiça de Deus". (2 corintios 5:21). Estas são palavras chocantes. Por que Deus "esmagaria" intencionalmente o seu Filho inocente ?? O que Paulo quis dizer quando escreveu que: "Deus tornou pecado por nós, aquele que não tinha pecado"? Para responder estas perguntas e começar a entender o sofrimento no Getsêmani, precisamos ver o significado da palavra morte em Romanos 6:23, "Pois o salário do pecado é a morte". Como salário do pecado, a morte, envolve mais que o processo de morrer. O elemento mais importante na morte, como "salario do pecado", é antes espiritual do que físico. Paulo escreveu para os cristãos de Éfeso: "Voces estavam mortos em seus pecados, nos quais costumavam viver". (Efésios 2:1-2).
Observe que os Efésios estavam mortos enquanto ainda viviam. Conforme a Bíblia, toda pessoa, antes da salvação está espiritualmente alienada de Deus. Esta é a razão da súplica de Paulo: "reconciliem-se com Deus". (2 corintios 5:20). Para nos redimir e nos dar a possibilidade de estarmos espiritualmente vivos...em contato com Deus...Jesus, como nosso substituto, tinha que experimentar ambas as mortes, a fisica (separação do corpo e da alma) e a morte espiritual (a separaçã0 ou alienação de Deus). Quando as pessoas rejeitam o Evangelho, elas permanecem espiritualmente mortas. E quando passam para a eternidade, sozinhos e sem Cristo, elas experimentam a "segunda morte" (Apocalipse 20:14) Esta separação eterna de Deus, é o que constitui a essência do inferno. Portanto, quando Paulo disse que "Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado", ele quis dizer que Deus tratou o seu Filho, sem pecado, como se fosse um pecador. Ele fez com que Jesus experimentasse a morte fisica e a desolação do inferno (a segunda morte). Em Galatas 3:13 Paulo expressou esta verdade, quando escreveu: "Cristo nos redimiu da maldição da Lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: " Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro". Com isso em mente, vamos retornar ao Getsêmani. Vemos Jesus dizer: "A minha alma está profundamente triste, até a morte" (Mateus 26:38) A angustia o assolou. Muitas vezes havia passado longas noites falando e encontrando forças junto de seu Pai. Mas naquela noite foi diferente. Ele se levantou três vezes à procura de seus discipulos. Ele não estava encontrando satisfação por meio da oração. Em lugar disso, ele sentiu que seu Pai estava se afastando dele. Este era o "cálice" que ele temia (v.39). Seria bem mais fácil para ele sofrer a dor fisica, associada à morte, se pudesse faze-lo estando em comunhão com o seu Pai. Lucas descreveu somente a terceira oração de nosso Senhor, mas acrescentou um detalhe que não é mensionado em nenhum outro lugar: "apareceu-Lhe então um anjo do céu, que o fortalecia. Estando angustiado, ele orou ainda mais intensamente, e o seu suor era como gotas de sangue que caiam no chão" (Lucas 22:43). Observemos que a vinda do anjo tanto o fortaleceu como aumentou a sua angústia. Por um lado, o anjo aparentemente ajudou Jesus assegurando-Lhe que, apesar do Pai ser obrigado a afastar-se da sua presença, as hostes celestiais estavam Lhe assistindo, maravilhados e sem respiração. Do outro lado, a vinda do anjo aumentou-Lhe a angústia, talves porque Lhe lembrou da realidade de que Deus estava de fato se afastando Dele. Em vez de se dirigir diretamente a Ele, o Pai falou por meio de um dos seus servos. Jesus estava começando a experimentar a desolação do inferno. Sim, Ele havia escolhido se submeter a toda a dor e vergonha que esperavam por ele, sem a ajuda de seu próprio poder divino, sem o conforto do Espirito Santo e sem o apoio do seu Pai Celestial.
Aproximadamente 14 horas depois, depois de estar por quase seis horas na cruz, a intesidade da angústia espiritual de nosso Salvador arrancou Dele o grito: "Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?" (Marcos 15:34). Depois de receber um pouco de vinagre de um soldado romano, Jesus compreendeu que ele havia esvaziado o cálice da ira de Deus contra o pecado. Isto trouxe outro brado, agora triunfante aos seus lábios: " Está Consumado!" (joao 19:30) Ao refletirmos nesta cena, não podemos deixar de pensar na dor que o Pai e o Espirito Santo devem ter sentido quando viram o Filho, o outro membro da trindade eterna, sofrer e morrer daquela maneira: abandonado e sozinho. Como devem ter desejado ir ao seu encontro, toca-lo e dizer-Lhe:" Estamos aqui, contigo." Mas para redimir-nos, era necessário que o Filho, que se havia tornado um membro da familia humana, enfrentasse um teste severo, sem ter pecado, e sofrer a morte com todo o seu horror. Que Amor Incrivel.

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